quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Uber, ligações via Whatsapp e Netflix. Inovações para o bem ou para o mal?

O mundo tem tido experiências diferentes nos últimos anos que vem revolucionando o modo como às pessoas se relacionam e adquirem serviços e produtos. 
Aldemir Caetano Júnior é Vice-Presidente da UJS Amazonas. Foi Presidente da União Estadual dos Estudantes do Amazonas nos anos de 2013-2015. É estudante de Economia da Universidade do Estado do Amazonas.


As inovações como netflix e whatsapp têm assustado grandes conglomerados empresariais de comunicação como, por exemplo, a gigante NET/Claro, SKY, Vivo, TIM e Oi. 
O Uber, outra categoria de aplicativo, vem causando polêmica entre as empresas, associações e trabalhadores de táxi.
Netflix, famoso site de comunicação por vídeos na internet, é o mais avançado em sua regulamentação. Ele trás consigo o conceito de oferecer filmes, séries e documentários online a gosto do cliente, a qualquer hora do dia e a um preço popular. A primeira temporada de narcos, série original netflix Brasil estrelada por Wagner Moura, mostra como a Ancine(agência nacional de cinema) conseguiu adaptar sua legislação a empresa conseguindo assim fortalecer sua confiança e popularizando ainda mais a marca no Brasil. Se as operadoras de televisão paga não habituar-se a nova realidade de disponibilização de material de entretenimento, baixar os valores de seus pacotes a nova realidade do mercado, melhorar sua interatividade e vantagens gradativamente perderá púbico e ficará dependentes de programas ao vivo, como jogos de futebol, para sobreviver. 
Whatsapp, Viber e telegram, aplicativos populares de mensagens e ligações instantâneas por internet, estão substituindo gradativamente as mensagens de texto e ligações tradicionais, ameaçando um mercado que por muito tempo foi soberano e criou um império no mundo inteiro. O serviço móvel ruim, os altos preços aplicados no país e a praticidade vem ocasionando a cada dia mais a utilização desses programas, barateando assim o valor do consumo, e garantindo maior interação entre indivíduos. As operadoras de telefonia, percebendo a fatia de mercado que poderão perder, estão se mobilizando para a regulamentação dos aplicativos alegando que eles deverão passar pelos mesmo critérios que as operadoras tradicionais e que o fato delas não respeitarem as leis brasileiras é considerado piraria. “O fato de trabalharem contra as leis brasileiras é pirataria pura” afirma Amos Genish, representante da empresa Vivo. A comunicação precisa acompanhar o avanço, se reorganizar e disponibilizar novas técnicas para manutenção de seus clientes, assim como a indústria petroquímica se transformará em empresas de energia as empresas de comunicação terão que se especializar em internet móvel, melhorarem sua qualidade de serviço e aplicar preços realistas.
Por último exemplo temos o UBER, aplicativo que conecta motoristas e clientes para realização de corridas particulares, talvez o mais notório e polêmico de todas as inovações. Ao contrário dos exemplos anteriores onde se atacava as corporações para secundariamente atingir os trabalhadores o UBER atinge diretamente o taxista, trabalhador liberal que usa de seu carro certificado pelo governo o seu ganho de vida. A grande questão é, a economia compartilhada aplicada por este programa trás mais benéfico ou maléfico? Bom, eu sempre ficarei do lado do consumidor, mas tenho minhas ponderações. Enquanto de um lado existe uma série de trabalhadores que argumentam que passaram por testes, exige-se alvará de funcionamento e a placa é comprada a um valor exorbitante, do outro lado existe uma gama de trabalhadores que usam seu carro particular, sem incentivo de compra(taxistas tem isenção de impostos e subsídios para renovar a frota) e que precisam fornecer um serviço de alto padrão para seus clientes. Por fim, existe o consumidor que procura o serviço de melhor qualidade pelo menor preço. O consumidor deverá escolher entre o serviço que melhor o atenda naquele momento.
As inovações não ocorrem por acaso, é fruto de ideias que ocorrem quase sempre visando aumentar ou construir lucros maiores em mercados já saturados. Assim, netflix, whatsapp e Uber estão derrubando velhos gigantes e construindo novos impérios no capitalismo mundial. A pergunta é, como até que ponto a economia compartilhada trará benefícios? A verdade é que não se tem um debate aprofundado sobre economia de compartilhamento e de como lidar com o novo modelo de relações. A concentração mundial de informações e meios tecnológicos baixa custos e torna-se benéfico ao consumidor a curto prazo mas, até que ponto é bom ? será que ao dominar o mercado e ter monopólio ou oligopólio os preços não iram disparar? será que a médio e longo prazo a falta de desenvolvimento de mecanismo de concorrência eficazes não nos deixará reféns? Acho que é um bom debate a ser travado e eu fico ao lado das inovações! Precisamos regulamenta-las para garantias dos consumidores e trabalhadores mas não podemos segurar a evolução pois, assim, podemos nos atrasar no rumo da história.


Aldemir Caetano Júnior
Vice- presidente da UJS AM

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