O
mundo tem tido experiências diferentes nos últimos anos que vem revolucionando
o modo como às pessoas se relacionam e adquirem serviços e produtos.
As
inovações como netflix e whatsapp têm assustado grandes conglomerados
empresariais de comunicação como, por exemplo, a gigante NET/Claro, SKY, Vivo,
TIM e Oi.
Netflix,
famoso site de comunicação por vídeos na internet, é o mais avançado em sua
regulamentação. Ele trás consigo o conceito de oferecer filmes, séries e
documentários online a gosto do cliente, a qualquer hora do dia e a um preço
popular. A primeira temporada de narcos, série original netflix Brasil
estrelada por Wagner Moura, mostra como a Ancine(agência nacional de cinema)
conseguiu adaptar sua legislação a empresa conseguindo assim fortalecer sua
confiança e popularizando ainda mais a marca no Brasil. Se as operadoras de
televisão paga não habituar-se a nova realidade de disponibilização de material
de entretenimento, baixar os valores de seus pacotes a nova realidade do
mercado, melhorar sua interatividade e vantagens gradativamente perderá púbico
e ficará dependentes de programas ao vivo, como jogos de futebol, para
sobreviver.
Whatsapp,
Viber e telegram, aplicativos populares de mensagens e ligações instantâneas
por internet, estão substituindo gradativamente as mensagens de texto e
ligações tradicionais, ameaçando um mercado que por muito tempo foi soberano e
criou um império no mundo inteiro. O serviço móvel ruim, os altos preços
aplicados no país e a praticidade vem ocasionando a cada dia mais a utilização
desses programas, barateando assim o valor do consumo, e garantindo maior
interação entre indivíduos. As operadoras de telefonia, percebendo a fatia de
mercado que poderão perder, estão se mobilizando para a regulamentação dos
aplicativos alegando que eles deverão passar pelos mesmo critérios que as
operadoras tradicionais e que o fato delas não respeitarem as leis brasileiras
é considerado piraria. “O fato de trabalharem contra as leis brasileiras é
pirataria pura” afirma Amos Genish, representante da empresa Vivo. A
comunicação precisa acompanhar o avanço, se reorganizar e disponibilizar novas
técnicas para manutenção de seus clientes, assim como a indústria petroquímica
se transformará em empresas de energia as empresas de comunicação terão que se
especializar em internet móvel, melhorarem sua qualidade de serviço e aplicar
preços realistas.
Por
último exemplo temos o UBER, aplicativo que conecta motoristas e clientes para
realização de corridas particulares, talvez o mais notório e polêmico de todas
as inovações. Ao contrário dos exemplos anteriores onde se atacava as
corporações para secundariamente atingir os trabalhadores o UBER atinge
diretamente o taxista, trabalhador liberal que usa de seu carro certificado
pelo governo o seu ganho de vida. A grande questão é, a economia compartilhada
aplicada por este programa trás mais benéfico ou maléfico? Bom, eu sempre
ficarei do lado do consumidor, mas tenho minhas ponderações. Enquanto de um
lado existe uma série de trabalhadores que argumentam que passaram por testes,
exige-se alvará de funcionamento e a placa é comprada a um valor exorbitante,
do outro lado existe uma gama de trabalhadores que usam seu carro particular,
sem incentivo de compra(taxistas tem isenção de impostos e subsídios para
renovar a frota) e que precisam fornecer um serviço de alto padrão para seus
clientes. Por fim, existe o consumidor que procura o serviço de melhor
qualidade pelo menor preço. O consumidor deverá escolher entre o serviço que
melhor o atenda naquele momento.
As
inovações não ocorrem por acaso, é fruto de ideias que ocorrem quase sempre
visando aumentar ou construir lucros maiores em mercados já saturados. Assim,
netflix, whatsapp e Uber estão derrubando velhos gigantes e construindo novos
impérios no capitalismo mundial. A pergunta é, como até que ponto a economia
compartilhada trará benefícios? A verdade é que não se tem um debate aprofundado
sobre economia de compartilhamento e de como lidar com o novo modelo de
relações. A concentração mundial de informações e meios tecnológicos baixa
custos e torna-se benéfico ao consumidor a curto prazo mas, até que ponto é bom
? será que ao dominar o mercado e ter monopólio ou oligopólio os preços não
iram disparar? será que a médio e longo prazo a falta de desenvolvimento de mecanismo de concorrência eficazes não nos deixará reféns? Acho que é um bom
debate a ser travado e eu fico ao lado das inovações! Precisamos
regulamenta-las para garantias dos consumidores e trabalhadores mas não podemos
segurar a evolução pois, assim, podemos nos atrasar no rumo da história.
Aldemir
Caetano Júnior
Vice-
presidente da UJS AM
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